segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tricô agora é teen

28/09/2009 - 09h07


Tricô vira hobby de adolescentes; nos EUA, 6 milhões de teens agulham

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CHICO FELITTI

da Folha de S.Paulo
"Essa coisa retrô de tricotar tá voltando, né?", se pergunta Cássia da Silva, 15, que começou no hobby ensinada pelas amigas da vovó, há seis anos.
A volta é certa, pelo menos nos EUA: 6 milhões de teens americanos tricotam ou fazem crochê regularmente, aponta o livro "Microtrends: the Small Forces Behind Tomorrow Big Changes" (Microtendências: as pequenas forças por trás das grandes mudanças de amanhã).
Não há números dos fiandeiros por aqui, mas não é nada difícil encontrar teens que mandam bem com as agulhas, como Juliana Yamamoto, 14.
Filipe Redondo, Juliana Yamamoto, 14, aprendeu a fazer tricô quando tinha oito anos de idade, em aulas de formação humana que teve na escola
Ela aprendeu o ofício na escola, aos oito anos de idade. "Eram aulas de formação humana, em que a gente aprendia com uma velhinha o que podia fazer na vida... além de tricô."
A garota levou o dever para casa, onde fez dois cachecóis com o ponto mais simples (que "você só não faz", classifica ela, "se for muito descoordenado").
Enquanto Juliana acha a atividade relaxante e para na construção mais fácil, Cássia aprendeu com as velhinhas os pontos toalha, russo e cheio.
As prendas podem servir para ganhar uma grana, acredita Cássia."Vejo por festas de 15 anos. Se eu soubesse fazer [vestidos], ia ser tão mais barato!"
A menina diz que só não tricota para fora porque ainda lhe falta prática. E porque o tricô disputa o tempo livre com a televisão e com a internet -sai perdendo, no mais das vezes.
No seu quadrado
Mas nem sempre a tradição é inimiga da tecnologia. Thalita Chargel, 24, trouxe o arcaico para sua vida "googleando" vídeos tutoriais de tricô.
"Não tem muita coisa de lã pra vender em Maceió, de tão quente que é. E eu queria uma touca com cara de gato."
Duas semanas de aulas pela internet depois, ela já sabia fazer quadrados de tecido -que, costurados, fazem cachecóis.
Mas parou no retângulo, sem nunca chegar à touquinha que queria. "É uma atividade relaxante, mas como é difícil!"
O tricô de Thalita pode ser enrolado, mas não tanto quanto é para Carlos Mendes, 17.
Criado pelo pai "ex-hippie" em Itu (SP), Carlos aprendeu seu ponto, que chama de "malcriado", aos 12 anos. "Eu era hiperativo e precisava sossegar."
Agora, quem não tem sossego são os amigos do colégio. "Quando dizem que é coisa de mulher e de velha, logo mando um "vai tricotar, velho!"."


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